O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) intensificou as negociações com o PL, considerado um dos pilares do centrão, para disputar as eleições presidenciais do ano que vem pelo partido.
Sem partido desde que deixou o PSL em novembro de 2019, Bolsonaro já tratou sobre seu possível ingresso na legenda com o presidente da agremiação, o ex-deputado Valdemar Costa Neto - condenado no escândalo do mensalão, e posteriormente beneficiado por um indulto do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com informações do jornal O Globo, parte da cúpula do PL discutiu o assunto durante um jantar realizado na última quarta-feira (20), no apartamento do senador Wellington Fagundes (PL-MT), com a deputada Bia Kicis (DF), nome de confiança do Palácio do Planalto.
Na ocasião, segundo a publicação, também estavam presentes Valdemar Costa Neto, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, os senadores Jorginho Mello e Carlos Portinho, além do vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos.
Fagundes afirma que uma das exigências de Bolsonaro para se filiar ao PL é a possibilidade de levar consigo grande parte de seus aliados. " Tudo caminha para um bom entendimento com o presidente. Há uma sinalização muito forte do partido de abrigar Bolsonaro e todo o seu grupo", confirmou o senador.
Já o senador Flávio Bolsonaro (Patriota) deixa claro que seu pai continua dialogando com o PP, comandada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Na avaliação de Flávio, a chance do presidente ir para o PL é tão animadora quanto a dele ir para o PP.
"No PL, há um pouco mais de liberdade na construção dos palanques estaduais", pondera, lembrando, contudo, que a boa relação com Nogueira será levada em consideração.
O jornal apurou ainda que outra condição imposta pelo presidente é a preferência para escolher os candidatos ao Senado e ao governo em estados-chave, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Na avaliação de interlocutores do chefe do Executivo, o PL tem uma vantagem sobre o PP: o poder é centralizado por Valdemar da Costa Neto, enquanto a sigla de Ciro Nogueira tem nomes fortes ligados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente em estados do Nordeste.
Alguns correligionários próximos de Valdemar, contudo, dizem reservadamente que não descartam a migração do partido para o palanque de Lula, principalmente se o candidato petista continuar liderando as pesquisas de opinião no ano que vem.
A eventual filiação de Bolsonaro seria, portanto, uma forma de praticamente garantir o apoio da legenda à sua reeleição.
Outros políticos ligados a Valdemar avaliam que ele vê na possível chegada de Bolsonaro a oportunidade de fazer seu partido ganhar musculatura no Congresso independentemente do resultado da disputa pela Presidência da República.
Assim, se a sigla eleger 45 deputados, o próximo chefe do Executivo - seja ele quem for - terá de negociar com o PL para governar.
Redação: BNews